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A Loja “AMOR À VIRTUDE” foi fundada a 08 de março de 1871, funcionando até esta data, contando, portanto com 145 anos de existência.

Por ocasião das comemorações de seu centenário, nossa Loja foi brindada com um excelente trabalho de compilação feito na gestão do V.: M.: Américo Palermo pelo inesquecível e brilhante Ir.: Ernesto Pini. E é nesse trabalho que nos baseamos para trazer a todos uma pálida ideia de sua fundação e sua história.

O trabalho feito pelo Ir.: Ernesto Pini, de certa forma, salvou o que ainda era possível, da ação devastadora não só do tempo, mas muito mais de mãos criminosas.

Pelos idos de 1871, lançava-se nesta cidade a primeira ideia da fundação de uma Loja Maçônica. Já havia naquela época aqui em Franca, diversos maçons que, de outros Orientes, passaram a residir nesta cidade. E em torno do Ir.: Francisco Barbosa Lima, grau 33.:, juntaram-se, segundo os mais antigos registros, que felizmente chegaram até nós, os Irmãos Inácio Barbosa Lima, Antônio Andrade Lobo, Justiniano Machado Diniz, Coronel Antônio Barbosa Lima, Antônio Sebastião Barbosa, Norberto Fragoso, Francisco Martins Ferreira Costa, Canuto de Azevedo, Antônio Vicente Monteiro Duarte e outros, que deram corpo e vida a presumivelmente primeira Loja Maçônica instalada nesta cidade.

Perguntamo-nos:- quanta luta tiveram aqueles bravos maçons de enfrentar, naquele ano de 1871: a intolerância religiosa, a incompreensão, o fanatismo?

Segundo pesquisa realizada pelo Ir.: Admar Constantino, que por muitos anos secretariou os trabalhos da Loja, em uma nota lavrada no Livro de Matrícula n.01 da nossa Loja, encontramos:
“Os assentamentos dos Irmãos que integram o quadro de obreiros da Loja desde a sua fundação em 1871, até a instalação da Loja “Virtude e Segredo”, ocorrida em 14 de novembro de 1896, foram conseguidos como segue: alguns de informações prestadas por velhos maçons ainda residentes nesta cidade, outros coligidos de livros existentes na secretaria. Desses Irmãos somente teve-se conhecimento de trinta deles ao ser organizado este cadastro. As falhas existentes quanto à precisão numérica dos Irmãos que pertenceram à Loja Amor à Virtude naquela época resultam da falta de elementos correspondentes que só poderiam ser colhidos dos livros daquele tempo. Porém, tais livros não existem mais na Loja. Desapareceram quando, em certa ocasião, a Loja teve sua sede assaltada e o seu arquivo queimado juntamente com parte de seus utensílios. Devido a essa falta de elementos, representa-se menor número de Irmãos, e está irremediavelmente perdida a sua história de 12 anos de existência da Loja correspondente a sua primeira fase, isto é: de 1871 a 1883”.

Com referência à data da fundação da Loja “Amor à Virtude”, lê-se ainda, no Livro n.01, o seguinte:
“Francisco Barbosa Lima foi o fundador da Loja, cujos trabalhos preliminares datam de 1871”. Verificamos no livro de Ata n.03 da Loja “Virtude e Segredo”, a ata n.198, que registra: “Com a palavra o Irmão Venerável procedeu a leitura de uma peça de arquitetura na qual fez uma exposição histórica da Fundação da Loja “Amor à Virtude” em 1871 e a instalação em 08/03/1872”.

O primitivo patrimônio da Loja foi adquirido por doação, entretanto não se sabe dizer ao certo quem fora o doador. É preciso, no entanto, dizer que este patrimônio era composto do quadrilátero formado pelas ruas hoje denominadas Major Claudiano, Monsenhor Rosa, General Carneiro e Coronel André Martins (que antigamente era denominada Travessa da Maçonaria). Hoje lá está edificado o prédio da Caixa Econômica Estadual (Nossa Caixa Nosso Banco) e o antigo prédio da Companhia Paulista de Força e Luz, atualmente propriedade da organização Magazine Luiza.

Por esta ocasião, os diretores da Loja doaram a Câmara Municipal desta cidade o referido imóvel, através de escritura pública, ficando este Oriente sem o funcionamento da Loja pelo espaço de 12 anos.

Em 1896, adormecida a “Amor à Virtude”, surge a ideia de reerguerem uma Loja Maçônica, quando então, Irmãos remanescentes da “Amor à Virtude” e outros Irmãos aqui residentes fundam a Loja Maçônica “Virtude e Segredo”, cujo título distinto foi logo depois mudado para novamente o de “Amor à Virtude”. Foram seus fundadores, entre outros, os seguintes Irmãos:  Joaquim José Ferreira Teles, Benedito C. Junot, José Diniz Colares, Balduino José Valente, Serafim Ferreira Borges, Dr. Júlio Cezar Cardoso, Coronel João Caetano Alves, Capitão Manoel José Ferreira e Jeremias Ferreira Borges.

A nova denominação que, por certo e inadvertidamente adotaram, trouxe sérios transtornos, pois não conseguiram obter da Câmara Municipal a retomada do imóvel que fora doado ao município pela Loja “Amor à Virtude”. Apesar dos reiterados pedidos à Câmara Municipal pela nova Loja “Virtude e Segredo” referentemente à devolução do imóvel, aquela edilidade não cedeu, comunicando que a devolução só se concretizaria à própria entidade maçônica doadora. Decorridos três anos de funcionamento da “Virtude e Segredo”, isto em 1899, veio à solução.

A Loja resolveu adotar o nome primitivo, isto é, “Amor à Virtude”. Em uma sessão solene realizada no Templo, presente a Câmara Municipal, Imprensa, Banda de Música, pessoas gratas e povo, foi lido o Decreto Legislativo de cessão de direitos do referido patrimônio em favor da, já agora, Loja Maçônica Amor à Virtude, esta mesma “Amor à Virtude” que hoje nos acolhe.

Ainda sobre este imóvel devemos dizer que, em 1922, os Irmãos houveram por bem cedê-lo à Companhia Francana de Força e Luz, talvez com o Intuito de colaborar com a cidade que receberia aquele benefício, de grande importância para o progresso, ou seja, a energia elétrica, tendo a Loja recebido, e fazia parte da escritura, o direito de utilizar alguns “bicos” de luz graciosamente, o que há bastante tempo deixou de fazer.

A Loja passou a funcionar em prédio da Rua do Comércio, local em que até pouco tempo funcionava a agência do Banco de Credito Real, para quem o prédio fora vendido em 1957. A venda desse imóvel foi condicionada a aquisição do prédio da “AEC” (Associação dos Empregados do Comércio), mas infelizmente, fatos estranhos aconteceram, pois um grupo de Irmãos adquiriu este prédio em seus nomes, contrariando resolução tomada em Loja, e a Loja ficou sem prédio, o que muito preocupou os Obreiros de então.

Graças ao trabalho incansável dos Veneráveis da época, os IIr.: Ernesto Pini, Jorge Elias, Theophilo de Araújo, contando com a colaboração de diversos Irmãos, foram encetadas diversas campanhas entre os Obreiros do Quadro que, através de empréstimos e doações, conseguiram comprar o imóvel da rua General Carneiro. Construiu-se então o magnifico Templo que nos abriga, com todas as dependências para o perfeito funcionamento e dentro do que preceitua e exige, a construção de uma “obra de arte” que é o prédio com que hoje nós nos abrigamos. Na parte da frente foi construído o Edificio “Sabino Loureiro” com seus três pavimentos de salas comerciais.

O prédio da Rua do Comércio, onde funcionou a “Amor à Virtude”, era de propriedade do Padre Alonso Ferreira de Carvalho, padre que entrou para a história de Franca e que possuía diversos imóveis na cidade. Este padre emprestava dinheiro a juros e, conforme promissórias em nossos arquivos, a diretoria da “Amor à Virtude” por diversas vezes se serviu do dinheiro “tirado a juros” junto ao padre.

A Loja comprou o prédio do Sr. Giácomo Di Giácomo, pois o Padre Alonso, para evitar transacionar diretamente com a maçonaria, devido à polêmica que sempre existiu, não poderia fazê-lo diretamente, fazendo-o por intermédio do Sr. Giácomo.

Este prédio que serviu por várias décadas à “Amor à Virtude” foi negociado em 1957 com o Banco de Crédito Real. Com a venda deste imóvel da Rua do Comércio os IIr.: viram-se em dificuldades porque não encontravam outro imóvel e os recursos, com o passar do tempo, ficavam mais escassos, corroídos pela inflação. Naquela época a “Amor à Virtude” funcionou por três anos no Templo da Loja co-Irmã “Independência III”.

Aqui podemos aquilatar o valor de um grupo de Irmãos, tendo a frente no período de 1957/58, como Veneráveis os IIr.: Ernesto Pini, Jorge Elias e Theophilo de Araújo, que arregaçaram as mangas e partiram para a aquisição de uma casa sita na Rua General Carneiro, 1334, o atual e belíssimo Templo que nos acolhe e o prédio de três andares denominado “Professor Sabino Loureiro”, projetados pelos Irmãos Ary Pedro Balieiro e Francisco Damasceno. A princípio e por falta de recursos visavam somente à reforma do prédio, fazendo uma adaptação, mas num “golpe” os Irmãos “loucos” Jorge Elias, Domingos Rodrigues, Célio Garcia, Flontino da Veiga Martins, Geraldo de Andrade Ribeiro, e Romeu Pini, demoliram o prédio para desespero do Ir.: Theóphilo de Araújo, e partiram para a construção do que vemos hoje, que é este Templo dedicado ao Amor e a Virtude, com seu prédio dedicado ao grande educador que foi o Professor Sabino Loureiro, membro do Quadro de Obreiros. Empreitada difícil, mas o trabalho dos Irmãos superava muitas dificuldades e é de se fazer justiça com os Irmãos Flávio Rocha, Jorge Elias e Romeu Pini que, muitas vezes, adquiriram, com recursos próprios, os materiais para que as obras não tivessem solução de continuidade e no dia 27 de agosto de 1960, tivemos a Sagração de nosso Templo.

Muitos Irmãos se destacaram, mas é preciso dizer de Arnulfo Lima e Flávio Rocha. Este Irmão como Venerável dizia:
“É preciso que preparemos a Maçonaria para daqui a 50 anos e que tenhamos renda própria. O Tronco de Solidariedade é uma maneira de que nos lembremos da filantropia, mas a Maçonaria tem algo mais importante, mais elevado – precisamos tirar o povo da ignorância e somente a Escola, o Ensino, exerce este papel...”

E com este pensamento e na qualidade de Venerável, o Ir.: Flávio Rocha capitaneou a construção de duas casas na rua Padre Anchieta e duas na Av. Major Nicácio, reservando a esquina para a construção da Escola da Cidade Nova, que veio substituir o curso noturno que a Loja mantinha. Posteriormente o Estado encampou o ensino primário e a Loja cedeu graciosamente às instalações para que ali funcionasse o referido Grupo Escolar que alguns anos depois foi transferido para a Escola Caetano Petráglia. O prédio abrigou logo em seguida, por muito tempo, a Escola do Senai. Permanecem até hoje estes imóveis que contribuem para a renda da Loja e cuja finalidade é a melhoria do Ensino e da Educação.

Meus Irmãos tenham a certeza, para completar estes 145 anos, a Loja “Amor à Virtude” percorreu caminhos de muitos sacrifícios e muitas lágrimas foram derramadas. Mas, momentos de alegria também existiram, quando viam seus trabalhos frutificarem com a dedicação à Pátria e particularmente a nossa comunidade local, em todos os setores da vida humana.
Por aqui passaram muitos homens, alguns se destacaram na política, nas lides públicas, outros, simples e humildes, mas limpos e puros, serviram com dignidade os objetivos da Maçonaria.

A maçonaria como sociedade legalmente constituída não participa diretamente de empreendimentos; seus componentes, pelo que aprendem, é que agem na sociedade. Assim, tivemos participação na fundação da Santa Casa, da A.B.T. (Associação Beneficente do Trabalho), da Colfransan, da Sociedade dos Necessitados de Franca (que deixou grande patrimônio na Rua Maranhão, com diversas casas onde acolhia os menos favorecidos pela sorte), fundou a Lasep, que é a Liga de Assistência Educacional Popular, cujo patrimônio é toda a área onde se localiza a Igreja São Judas Tadeu, o Colégio Jesus Maria José, terrenos doado as Irmãs de São José (Coleginho), reservando a obrigatoriedade de fornecer algumas bolsas de estudos, e onde se localiza também a Loja Maçônica São Paulo; grande apoio foi dado ao Ir.: Thomaz Novelino, para a criação da Fundação Pestalozzi, tendo inclusive cedido o imóvel onde a Loja mantinha a Escola Sabino Loureiro, localizado na esquina das ruas Francisco Barbosa e José Marques Garcia, antiga Irmão Antunes. Outros empreendimentos, no campo social, foram desenvolvidos pelos componentes da maçonaria francana.

Aqui deixamos registrado o nosso reconhecimento àqueles que nos legaram não somente o patrimônio imobiliário, mas, acima de tudo, as tradições de uma Loja que é exemplo no mundo maçônico.

A “Amor à Virtude” pautou sua linha de trabalho maçônico no campo da fraternidade, no campo do ensino e de apoio a todas as obras, no campo das realizações assistenciais do mundo profano, não permanecendo impassível a qualquer apelo que lhe tenha sido solicitado.

A ARLS “Amor à Virtude” sempre foi obediente aos deveres dos poderes constituídos maçônicos, sem, no entanto, ser cativa. Estamos na fase áurea de tecnologia, dos grandes inventos e modernidade, porém, a Loja “Amor à Virtude”, sem menosprezar a evolução material que se apossa de todas as áreas, procura muito mais, dando ensinamentos para que os homens se reencontrem, nos seus deveres, na busca da Verdade.

Ir.'. Carlos Eduardo Lima
 


   
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